A Universidade Sénior-anfitriã deste evento

Encontro de Teatro Sénior

Integrado nos dias festivos dedicados ao encerramento do presente ano lectivo, a Unisseixal recebeu no dia 12 Junho de 2015, os colegas da turma de Teatro das Academias Seniores da Golegã e de Vendas Novas as quais, juntamente com os alunos da turma de Teatro da nossa Universidade Sénior fizeram um autêntico brilharete.

Este evento decorreu no Fórum Municipal, amavelmente cedido para o efeito pela Autarquia do Seixal. Sala cheia de convidados, entidades locais, alguns professores e muitos alunos, esperando o momento de tão nobres representações.

A iniciar condignamente este «Encontro de Teatro Sénior», actuaram o grupo de violas do Prof. Lino Madruga e o nosso querido amigo Mário Veiga, encantando-nos com a sua voz e a brilhante selecção de peças musicais interpretadas.

A estes caríssimos amigos, muitos parabéns p’los momentos maravilhosos de Música que nos propiciaram!

Seguiram-se as representações teatrais.

As turmas de Teatro convidadas deliciaram-nos com momentos de bom humor, cujas cenas da vida real – era esta a temática das peças apresentadas – apoiadas em belíssimos figurinos, materiais cénicos e alguns diapositivos para se tornar mais real a representação, “transportaram-nos” ao nosso imaginário, levando-nos a recordar uma viagem de autocarro ou, então, integrando uma visita de estudo. Ambas as peças continham peripécias bem interessantes e muito divertidas. Muitos parabéns aos Professores e a todos os alunos que integram a turma de Teatro das Academias Seniores da Golegã e de Vendas Novas.

Agora, se os meus amigos leitores me permitem, farei uma referência um pouco mais longa sobre a turma de Teatro da Unisseixal, exactamente como habitualmente tenho escrito nos anos anteriores, aquando da apresentação pública do trabalho ensaiado no decurso do ano lectivo. Para tal, sinto necessidade de recordar alguns conceitos: Segundo os especialistas, o Teatro é um jogo, independentemente das formas estéticas diferenciadas em que nos é apresentado, sem esquecermos se é catártico ou crítico, se é poético ou não…Este jogo assenta na necessidade de o Homem representar a Vida e de se transfigurar, combinando discurso, movimento corporal/gestos, sons, música e cenografia.

Entre outros elementos fundamentais deveremos considerar também a dramaturgia, isto é, a arte de escrever peças de teatro. Neste caso específico, coube à Professora Joana, jovem que orienta de forma brilhante a turma de Teatro da nossa Universidade Sénior, ser a dramaturga, tarefa nada fácil para quem tem de elaborar um texto final que revele coesão, sentido estético e, simultaneamente cumpra a finalidade e os objectivos para que foi redigido. Assim aconteceu na turma de Teatro da Unisseixal; nenhum aluno foi previamente informado sobre os objectivos visados pela Profª. Joana, nem tão pouco a finalidade, quando lhes solicitou a elaboração individual de um pequeno texto, baseado num sonho ou num facto real.

Se os meus queridos amigos que me estão a ler, consideram ser tarefa fácil elaborar uma composição final a partir de dois ou três textos cujos conteúdos são completamente diferentes, respeitando-os e sem os desvirtuar com alterações, que me dizem quando temos em mão um conjunto de treze textos com temáticas diferenciadas e destinados a elaborar-se um texto final para peça teatral?! Só com muito saber, técnica, sensibilidade, imaginação e criatividade, se consegue unir e transformar em Arte, um conjunto de textos com conteúdos diferentes! E, na Unisseixal, aconteceu dramaturgia! E, aconteceu Arte também!

Tivemos o grato prazer de assistir a um excelente momento de Teatro protagonizado pelos alunos da turma de Teatro da nossa Universidade Sénior, enquanto responsáveis individuais pela Escrita dos textos e protagonistas, isto é, personagens principais sob a orientação pedagógico-didáctica da Prof.ª Joana Sabala. Muitos parabéns à jovem Prof.ª Joana e a todos os seus alunos porque foram magistrais.

Muitos parabéns também porque não foram pelo caminho mais fácil, isto é, escolher um texto teatral, mais ou menos cómico e previamente escrito por outro autor.

Recordando Aristóteles (384 a 322 anos A. C.), um dos primeiros filósofos que refletiu e escreveu sobre esta nobre forma de fazer Arte: «Os principais elementos de uma peça teatral são: o pensamento, a melodia e a encenação.»

Na passada sexta-feira, neste «Encontro de Teatro Sénior», vimos pensamento, melodia, encenação e, muito mais em palco! Vimos talento, nas mais diversas dimensões! Vimos um conjunto de textos transformados em dramaturgia, respeitando as regras do género dramático escrito para teatro e, caracterizado por ter «princípio, meio e fim», seriedade, solenidade e bom humor. Vimos representar uma turma cujos alunos superaram em muito o trabalho apresentado nos anos anteriores, exactamente como o destacou o Presidente da Casa do Educador do Seixal, Prof. Tomás de Aquino, no momento da sua eloquente intervenção.

Só para aguçar a vossa curiosidade, em síntese conto-vos o seguinte:

1º -  Em jeito de “aquecimento” corporal, houve a movimentação individual, de toda a turma, de acordo com o ritmo proposto pelo fundo musical seleccionado, como que a “consciencializarem-se do espaço individual e colectivo”, ao mesmo tempo que operavam mudanças de direcção, tendo em consideração a forma de locomoção habitual. Num segundo momento, dá-se o aquecimento vocal no qual cada um e na sua vez, profere uma frase-chave retirada do seu texto. Num terceiro e quarto momentos, ainda individualmente, há nova movimentação corporal, agora de acordo com o seu ritmo pessoal apesar do tema musical se manter como estímulo à deslocação pelo espaço cénico para, à medida que é proferida a dita frase-chave, sair-se de cena.

2º - É chegado o momento da representação por cenas: os textos, escritos individualmente, são soberbamente apresentados por cada protagonista que o escreveu, estando colocados em palco de forma estratégica. Partilhámos emoções e sentimentos. Recordámos tempos da nossa meninice. Foram evocadas de forma magistral as grandes figuras do nosso Teatro.

Em dois momentos, o grande grupo apoiou o protagonista desta homenagem aos Artistas do Teatro Português, quando cantaram fragmentos das canções «Zé Cacilheiro», grande êxito do Teatro de Revista protagonizado por José Viana e, «A Procissão», também conhecida por «Festa na Aldeia», popularizada p’lo inesquecível João Villaret. Não faltou uma referência às grandes figuras do Teatro Nacional D. Maria II, nomeadamente a Palmira Bastos e à peça «As Árvores Morrem de Pé». Momento especial também, assim como muito emotivo, quando dois colegas da turma de Teatro partilham com o público - de forma sublime, delicada, muito bela mesmo - memórias de um tempo muito difícil, cruel, traumatizante, passado na guerra do Ultramar…E toda a sala se emocionou com os factos verídicos vivenciados há décadas atrás mas bem vivos, bem presentes ainda nos seus corações. Apoiados por imagens criteriosamente selecionadas e projectadas na tela do palco, estes dois colegas recordaram um, a morte de colegas, o outro, o grande carinho e dedicação do «Raio», cão adoptado p’lo grupo que comandava e que, dada a doença que contraiu, teve de ser abatido.

3º - Depois dos momentos de grande emoção como resultado das cenas ou acções subordinadas aos diferentes temas, para se terminar a representação teatral, há que descontrair/relaxar, sob o ponto de vista físico, mas, também emocional… Assim sendo, tendo como fundo musical a mesma música que iniciou a representação, assistimos a nova movimentação corporal do grupo para, num determinado momento, cada um proferir a sua frase, terminando este maravilhoso espectáculo da melhor forma possível – a dançar! Deste modo singular, o público partilhou os momentos de humor, as emoções e os sentimentos que cada um “relatou” em palco, na história que inicialmente escreveu no seu pedaço de papel – sonho ou facto verídico… - e que originou uma excelente peça de Teatro. Caros amigos leitores, se esta belíssima peça teatral for novamente apresentada, não percam a oportunidade de assistir!

Maravilhem-se com um digno e brilhante trabalho de um conjunto de pessoas apaixonadas por esta forma de Arte que é o Teatro. De facto, são amadores, mas garanto-vos que fazem inveja a muito artista que se diz ser profissional. Caros amigos leitores, muito obrigada p’la vossa disponibilidade em ler este meu texto. Reitero - agora publicamente porque tive oportunidade de a felicitar pessoalmente, não só p’lo excelente trabalho realizado na condução da turma de Teatro desde o mês de Janeiro passado, como p’la sua coragem, determinação e segurança em não seguir o “caminho” mais fácil que seria, como referi atrás, ensaiar uma peça de Teatro escrita por outrem, dando oportunidade aos seus alunos de brilharem com os seus textos… -  as minhas maiores felicitações à Profª. Joana e a toda a sua turma de Teatro por nos terem presenteado com um trabalho magnífico em todas as dimensões.

Um enorme xi-coração de parabéns para todos vós, Prof.ª Joana e alunos de Teatro da Universidade Sénior do Seixal.

Texto da Profª Lourdes Mano     

15 de Junho de 2015

Encontro de Teatro Sénior

Integrado nos dias festivos dedicados ao encerramento do presente ano lectivo, a Unisseixal recebeu no dia 12 Junho de 2015, os colegas da turma de Teatro das Academias Seniores da Golegã e de Vendas Novas as quais, juntamente com os alunos da turma de Teatro da nossa Universidade Sénior fizeram um autêntico brilharete.

Este evento decorreu no Fórum Municipal, amavelmente cedido para o efeito pela Autarquia do Seixal. Sala cheia de convidados, entidades locais, alguns professores e muitos alunos, esperando o momento de tão nobres representações.

A iniciar condignamente este «Encontro de Teatro Sénior», actuaram o grupo de violas do Prof. Lino Madruga e o nosso querido amigo Mário Veiga, encantando-nos com a sua voz e a brilhante selecção de peças musicais interpretadas.

A estes caríssimos amigos, muitos parabéns p’los momentos maravilhosos de Música que nos propiciaram!

Seguiram-se as representações teatrais.

As turmas de Teatro convidadas deliciaram-nos com momentos de bom humor, cujas cenas da vida real – era esta a temática das peças apresentadas – apoiadas em belíssimos figurinos, materiais cénicos e alguns diapositivos para se tornar mais real a representação, “transportaram-nos” ao nosso imaginário, levando-nos a recordar uma viagem de autocarro ou, então, integrando uma visita de estudo. Ambas as peças continham peripécias bem interessantes e muito divertidas. Muitos parabéns aos Professores e a todos os alunos que integram a turma de Teatro das Academias Seniores da Golegã e de Vendas Novas.

Agora, se os meus amigos leitores me permitem, farei uma referência um pouco mais longa sobre a turma de Teatro da Unisseixal, exactamente como habitualmente tenho escrito nos anos anteriores, aquando da apresentação pública do trabalho ensaiado no decurso do ano lectivo. Para tal, sinto necessidade de recordar alguns conceitos: Segundo os especialistas, o Teatro é um jogo, independentemente das formas estéticas diferenciadas em que nos é apresentado, sem esquecermos se é catártico ou crítico, se é poético ou não…Este jogo assenta na necessidade de o Homem representar a Vida e de se transfigurar, combinando discurso, movimento corporal/gestos, sons, música e cenografia.

Entre outros elementos fundamentais deveremos considerar também a dramaturgia, isto é, a arte de escrever peças de teatro. Neste caso específico, coube à Professora Joana, jovem que orienta de forma brilhante a turma de Teatro da nossa Universidade Sénior, ser a dramaturga, tarefa nada fácil para quem tem de elaborar um texto final que revele coesão, sentido estético e, simultaneamente cumpra a finalidade e os objectivos para que foi redigido. Assim aconteceu na turma de Teatro da Unisseixal; nenhum aluno foi previamente informado sobre os objectivos visados pela Profª. Joana, nem tão pouco a finalidade, quando lhes solicitou a elaboração individual de um pequeno texto, baseado num sonho ou num facto real.

Se os meus queridos amigos que me estão a ler, consideram ser tarefa fácil elaborar uma composição final a partir de dois ou três textos cujos conteúdos são completamente diferentes, respeitando-os e sem os desvirtuar com alterações, que me dizem quando temos em mão um conjunto de treze textos com temáticas diferenciadas e destinados a elaborar-se um texto final para peça teatral?! Só com muito saber, técnica, sensibilidade, imaginação e criatividade, se consegue unir e transformar em Arte, um conjunto de textos com conteúdos diferentes! E, na Unisseixal, aconteceu dramaturgia! E, aconteceu Arte também!

Tivemos o grato prazer de assistir a um excelente momento de Teatro protagonizado pelos alunos da turma de Teatro da nossa Universidade Sénior, enquanto responsáveis individuais pela Escrita dos textos e protagonistas, isto é, personagens principais sob a orientação pedagógico-didáctica da Prof.ª Joana Sabala. Muitos parabéns à jovem Prof.ª Joana e a todos os seus alunos porque foram magistrais.

Muitos parabéns também porque não foram pelo caminho mais fácil, isto é, escolher um texto teatral, mais ou menos cómico e previamente escrito por outro autor.

Recordando Aristóteles (384 a 322 anos A. C.), um dos primeiros filósofos que refletiu e escreveu sobre esta nobre forma de fazer Arte: «Os principais elementos de uma peça teatral são: o pensamento, a melodia e a encenação.»

Na passada sexta-feira, neste «Encontro de Teatro Sénior», vimos pensamento, melodia, encenação e, muito mais em palco! Vimos talento, nas mais diversas dimensões! Vimos um conjunto de textos transformados em dramaturgia, respeitando as regras do género dramático escrito para teatro e, caracterizado por ter «princípio, meio e fim», seriedade, solenidade e bom humor. Vimos representar uma turma cujos alunos superaram em muito o trabalho apresentado nos anos anteriores, exactamente como o destacou o Presidente da Casa do Educador do Seixal, Prof. Tomás de Aquino, no momento da sua eloquente intervenção.

Só para aguçar a vossa curiosidade, em síntese conto-vos o seguinte:

1º -  Em jeito de “aquecimento” corporal, houve a movimentação individual, de toda a turma, de acordo com o ritmo proposto pelo fundo musical seleccionado, como que a “consciencializarem-se do espaço individual e colectivo”, ao mesmo tempo que operavam mudanças de direcção, tendo em consideração a forma de locomoção habitual. Num segundo momento, dá-se o aquecimento vocal no qual cada um e na sua vez, profere uma frase-chave retirada do seu texto. Num terceiro e quarto momentos, ainda individualmente, há nova movimentação corporal, agora de acordo com o seu ritmo pessoal apesar do tema musical se manter como estímulo à deslocação pelo espaço cénico para, à medida que é proferida a dita frase-chave, sair-se de cena.

2º - É chegado o momento da representação por cenas: os textos, escritos individualmente, são soberbamente apresentados por cada protagonista que o escreveu, estando colocados em palco de forma estratégica. Partilhámos emoções e sentimentos. Recordámos tempos da nossa meninice. Foram evocadas de forma magistral as grandes figuras do nosso Teatro.

Em dois momentos, o grande grupo apoiou o protagonista desta homenagem aos Artistas do Teatro Português, quando cantaram fragmentos das canções «Zé Cacilheiro», grande êxito do Teatro de Revista protagonizado por José Viana e, «A Procissão», também conhecida por «Festa na Aldeia», popularizada p’lo inesquecível João Villaret. Não faltou uma referência às grandes figuras do Teatro Nacional D. Maria II, nomeadamente a Palmira Bastos e à peça «As Árvores Morrem de Pé». Momento especial também, assim como muito emotivo, quando dois colegas da turma de Teatro partilham com o público - de forma sublime, delicada, muito bela mesmo - memórias de um tempo muito difícil, cruel, traumatizante, passado na guerra do Ultramar…E toda a sala se emocionou com os factos verídicos vivenciados há décadas atrás mas bem vivos, bem presentes ainda nos seus corações. Apoiados por imagens criteriosamente selecionadas e projectadas na tela do palco, estes dois colegas recordaram um, a morte de colegas, o outro, o grande carinho e dedicação do «Raio», cão adoptado p’lo grupo que comandava e que, dada a doença que contraiu, teve de ser abatido.

3º - Depois dos momentos de grande emoção como resultado das cenas ou acções subordinadas aos diferentes temas, para se terminar a representação teatral, há que descontrair/relaxar, sob o ponto de vista físico, mas, também emocional… Assim sendo, tendo como fundo musical a mesma música que iniciou a representação, assistimos a nova movimentação corporal do grupo para, num determinado momento, cada um proferir a sua frase, terminando este maravilhoso espectáculo da melhor forma possível – a dançar! Deste modo singular, o público partilhou os momentos de humor, as emoções e os sentimentos que cada um “relatou” em palco, na história que inicialmente escreveu no seu pedaço de papel – sonho ou facto verídico… - e que originou uma excelente peça de Teatro. Caros amigos leitores, se esta belíssima peça teatral for novamente apresentada, não percam a oportunidade de assistir!

Maravilhem-se com um digno e brilhante trabalho de um conjunto de pessoas apaixonadas por esta forma de Arte que é o Teatro. De facto, são amadores, mas garanto-vos que fazem inveja a muito artista que se diz ser profissional. Caros amigos leitores, muito obrigada p’la vossa disponibilidade em ler este meu texto. Reitero - agora publicamente porque tive oportunidade de a felicitar pessoalmente, não só p’lo excelente trabalho realizado na condução da turma de Teatro desde o mês de Janeiro passado, como p’la sua coragem, determinação e segurança em não seguir o “caminho” mais fácil que seria, como referi atrás, ensaiar uma peça de Teatro escrita por outrem, dando oportunidade aos seus alunos de brilharem com os seus textos… -  as minhas maiores felicitações à Profª. Joana e a toda a sua turma de Teatro por nos terem presenteado com um trabalho magnífico em todas as dimensões.

Um enorme xi-coração de parabéns para todos vós, Prof.ª Joana e alunos de Teatro da Universidade Sénior do Seixal.

Texto da Profª Lourdes Mano     

15 de Junho de 2015